1.8.07

O bacalhau à Gomes de Sá sentimental

Voz doce, terna, consciente, consternada e amedrontada. Sempre fui tua, diz ela. Ele, olhando para o bacalhau à Gomes de Sá já moído e remoído no prato, com os olhos envoltos em lágrimas e um coração que o sufoca, um copo de vinho verde, Muralhas, que teima em estar cheio e um empregado saturante que se achega de novo à mesa e volta a perguntar :"Está tudo do vosso agrado senhores?".

"Não, traga-me só um pouco de coragem para enfrentar a mulher adúltera que amo, por favor. De resto, tudo bem, até o sal está no ponto".

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