29.9.07

A semana passada

A história deprimente, recorrente, repetindo-se em ciclos, alguém já o terá dito. Todas as semanas a tomada da consciência, seguida da escuridão, momentânea, infalível, que sempre chega. Os regimes ditatoriais, totalitários, o baixíssimo valor da vida humana, os militares, as manifestações, as mortes, os detidos. A semana passada começou com o Mugabe e acabou com Myanmar, Birmânia, chame-se lá o que quiser. Países com algum potencial de desenvolvimento, totalmente encerrados sobre si próprios sob o desígnio de líderes que não têm dificuldades em dar ordens de disparo aleatório a pessoas que se manifestam pacificamente, de acabar com toda a comunicação social que não propagandeie um qualquer regime, de provocar subidas de taxas de inflação aos 15000% (?!), de manter as pessoas fechadas em casa para evitar manifestações. No Myanmar affair a Rússia e a China, à boa e velha maneira, dizendo que as repressões são "precoces" e não manifestam qualquer tipo de oposição mais demarcado ao que naquela zona se passa.
Não, a semana passada não fez bem às cabeças que pensam liberdade, que pensam na liberdade. Mau negócio.

27.9.07

Impressões de uma manhã de quinta-feira



Não sei como é que perdi esta pérola ao vivo. Audiências, interesses económicos, jornalismo desintelectualizado, editores acéfalos. Seja como for, desta vez o homem teve razão.


Diz que fecharam as transmissões futebolísticas no TVTuga

Que a Sporttv não descansa enquanto não detiver o monopólio total de toda e qualquer transmissão desportiva televisiva em Portugal, já não constitui novidade para ninguém. Baseando-me puramente em boatos, diz que foi alguém da Antena 1 que terá perguntado a um responsável da Sporttv o que achava do facto do TVTuga estar a transmitir, via net, jogos de todas as ligas europeias, Liga dos Campeões, ligas sul-americanas, chinesa, etc. Diz que foi neste momento que esse canal televisivo teve conhecimento do site. Na verdade, nem interessa quantas ligas, quantas competições eram transmitidas porque de facto o que se verifica aqui é uma total ganância pura e dura, uma discrepância atroz entre o mercado que se quer atingir e aquele que realmente se pode atingir.
Não percebo, ou não quero perceber, o que está por trás destes lobbies que em tudo são determinados pelas leis do mercado. Quando o Domingo Desportivo era o programa de eleição de fim-de-semana, com os resumos (na verdadeira acepção da palavra, assim com os golos todos e isso) dos jogos, não só era um fartote, como de facto começávamos a semana com a barriga cheia e a cabeça pronta para cinco dias da vida. Podíamos falar dos melhores golos a nível europeu, sabendo efectivamente que tinham sido todos mostrados.
Com aquele acordo entre a TVI e a Sporttv, para além de termos resumos de metades , repito, metades de jogos, nos intervalos dos mesmos ainda temos que comer com toda a merda que nos querem dar (como por exemplo, um Benfica-Leixões) e isto simplesmente não é admissível. E nem estou a falar do João Querido Manha.
Tristes, nós, os que não temos, não podemos, arre pôrra, não queremos ter Sporttv, ainda esperar pelos resumos do futebol internacional e ouvir "agora passamos a ligação em directo para a redacçao da Sporttv". É aqui que se atinge o auge da incompetência, da ganância, da soberba, da presunção de todo e qualquer pecado capital que possa existir. Barcelona-Real Madrid, época 2006/2007, jogo do título, emoção ao rubro, jogaço tremendo, resultado final: 3-3. O que é que a Sporttv faz? Simples: mostra no máximo dois golos e o povão que se lixe.

Aqui entrava o TVTuga. Resumos disponíveis. Os golos, todos. Tudo. Arquivo. Jogos da Liga dos Campeões. Barcelona-Arsenal. Man. Utd-Milan. Sporting-Bayern Munique. E mesmo jogos totalmente secundários e supostamente desprezíveis. Corinthians-Flamengo. Shingzu Tin- Tin Shingzu. Al-ahly-Al-Ittihad. Fátima-Porto (!). Benfica-Desportivo das Aves, com brinde de visionamento do Professor Neca e tudo.

De qualquer maneira, era bom, era acessível, era rápido e sem custos. Serviço público, portanto. Ganância de gema moralmente indefensável. Fica a nota: a mim não me lixam, e não me enganam. Estive sem Sporttv muitos anos e vou continuar sem Sporttv por ainda mais. Confio que alguém lá me arranjará maneira de ver os jogos de novo, no TVTuga ou noutro lado qualquer. Mas era bom que, de uma vez por todas, se acabasse com esta mentalidade serviçal às leis do mercado.

Em Espanha (não consigo deixar de gostar daquela gente, por muito que isso revolte), a capa do jornal Marca de hoje mostra a indignação face a essa subserviência da transmissão dos jogos em sinal fechado. Sim, provavelmente só fazem isso proque é o Real Madrid. Mas, afinal, o que é que importa? Serviço público é serviço público. E aqui ao lado age-se em conformidade com os interesses da maioria, não com meia-dúzia de boys com tendências ditatoriais. Como disse o Zé Mourinho, é o fim da democracia.

25.9.07

Não sei se ria, não sei se chore #2

"Hoje fazem anos: José Souto Moura, ex-procurador-geral da República, 57; Mário de Carvalho, escritor, 63; Sofia Alves, actriz, 33; Gonçalo Waddington, actor, 30; Pedro Espinha, antigo futebolista, 42; Petit, futebolista do Benfica, 31; Ednilson, futebolista do OFI (Grécia), 25; João Ferreira, árbitro de futebol, 40; Adolfo Suárez, antigo presidente do Governo espanhol, 75; Michael Douglas, actor, 63; Catherine Zeta-Jones, actriz, 38; Heather Locklear, actriz, 46; Will Smith, actor, 39; Zucchero, músico, 52."

Não sei se ria, não sei se chore #1

Discurso de Ahmadinejad na Universidade de Columbia. Um excerto para aguçar o apetite: "No Irão não existem homossexuais".



And now for something really useful

O autor deste blog vai falar na terceira pessoa porque lhe dá ar de jogador de futebol.

O autor deste blog é uma pessoa que exerce a sua cidadania activa nas várias componentes da vida diária, pessoal e social. É boa pessoa. Freia a marcha do veículo quando perto de uma passadeira. Deixa passar os autocarros mesmo quando estes não têm prioridade e separa o lixo. Toma banho todos os dias e não gosta de andar sujo e a cheirar mal. Mas o autor deste blog não suporta um conjunto de coisas. Entre outras, o autor deste blog não suporta chegar à casa-de-banho do seu local de trabalho e aquilo parecer as praias da Normandia 24 horas depois do Dia D. Não, ele não suporta isso. E então, quando entra na dita e vê aquele chavascal, contorce-se com dores de cabeça provocadas por uma raiva intensa, e pura. Então, o que é que o autor deste blog faz?

Primeiro pensa, respira fundo B., respira fundo. Não B., não respires fundo, não faças isso. Procuram-se opções, esquemas outros. Tudo bem. Vejamos. Olha em volta, nada. Armário. Huuummm, será? Vislumbra-se ouro transparente. Ajax Multiusos Desengordurante, mais 50% grátis. É isto mesmo. O autor deste blog, numa paciência infinita, limpa o tampo da sanita para aniquilar resquícios inaceitáveis de outrém.

Este blog manifesta-se assim, por via do seu autor, contra qualquer tipo de porcalhice acumulada nas casas-de-banho dos locais de trabalho e sugere algum tento aos autores e autoras de tais actos dada a pluralidade de corpos que por ali passam, e se sentam.

Noites inquietas

Podes dizer o que querias, podes sorrir como sorrias, podes abnegar a dor que te acompanha. O sonho não comanda a vida. Substitui-a, por vezes, repondo o que falta ao despertar.

Um novo dia ao estilo CSI. Ou não.


Recomendação deste senhor.

24.9.07

Juro, mas juro mesmo que pensei em ocultar isto para sempre, mas não aguentei mais...(Na altura ainda estávamos na pré-época, e isto é uma conversa no MSN com um amigo francês)

yanninho diz:and bad time in the balisa for sporting
B diz:oh yeah
B diz:Why?
yanninho diz:because this goal keeper (Stojkovic) made a lot of frangos with nantes last year
B diz:he did?!
B diz:oh shit
yanninho diz:oh yes
B diz: :P

20.9.07

Fronteiras

Está comprovado que quando um grupo socialmente constituído (ainda que não pessoas) em torno de um objectivo comum vê goradas as suas expectativas, se vê obrigado a reivindicar um passado que, sabe-o à partida, não voltará. Como lamento estes adeptos.

Judas?


A dizer: Ronaldo marcou ao meu Sporting e pediu desculpa, perdão, seja o que for ao público de Alvalade. A imagem é tudo, as palmas são ainda mais. Porque Milão aplaudiu Rui Costa, estando aquele a perder. Ronaldo, quando é substituído, é ovacionado por Alvalade, um estádio quase repleto de adeptos do clube que ele fez inapelavelmente perdedor.

Poderá ser de novo a mística sportinguista, aquilo que nos faz mais do que somos, mas a verdade é que emociona qualquer pessoa. E não, isto não acontece em outros estádios.

O que nos leva à questão Figo. Como já referi anteriormente, admirei-o, tanto, ou quis admirá-lo, tanto, durante uma década que se tornou, admito, uma crença cega e surda. E alguém me avisava, "olha que o Figo não é o que parece". Até àquele festejo do golo do Inter, em que me fez lembrar uma criancinha egoísta e arrogante que recebe mais um brinquedo mesmo que tenha sido roubado ao irmão de sangue. E isso não se desculpa.

O gesto do Ronaldo pode ter sido só uma questão estética, uma fotografia bonita, um momento de um rapazinho que sabemos vaidoso, mas que sempre pareceu fiel às suas origens. Mas numa altura em que nós sabemos, e acima de tudo ele também sabe, que depois de o Figo ter sido despromovido a persona non grata, os sportinguistas, mais do que nunca, precisavam de um novo referencial, eis que ele se disponibiliza para o pedestal. Alguém que estivesse lá fora, notório, conhecido, famoso, que representasse a honra, carisma, e carinho dos verdes. E oferece-se ele mesmo. Jogada estratégica? É possível. Mas ainda assim, no primeiro jogo em Alvalade da Liga dos Campeõs 2007/2008, que se cifrou por uma derrota, injusta, por 0-1 com um golo de Cristiano Ronaldo, formado na melhor escola de futebol da Europa, em cerca de dois ou três minutos, no total, foi demonstrado mais respeito e carinho que em 10 anos de carícias unilaterais a um jogador que nada fez para as merecer.
Uma nota: que não se misturem as águas. Não digo que o Ronaldo de um momento para o outro seja um sportinguista de primeira água, mas o que ficou ontem no relvado foi para além de dois momentos incríveis, um carinho, enorme, quente, e acima de tudo, recíproco. A ver vamos o que o tempo nos dirá. O que ficou ali, digamos, foi, por agora, um acordo de cavalheiros. E isso é suficiente.

P.S. Não quero comentar nem a recepção ao Nani, nem o caso do Mourinho. E apetecia-me ficar o dia inteiro a dizer maravilhas do Miguel Veloso e do Polga. Mas por agora chega, logo há mais.

18.9.07

Upgrade

Reparo que deixei de receber anúncios de “abortion pills” no spam do meu e-mail. Suponho que já haverá conhecimento amplamente disseminado sobre o referendo em Portugal.

17.9.07

Que bom que é!


Agora é que com os olhos arranjadinhos até já consigo ver as vacas do Parreiras ao longe. Antes eram só vultos.

14.9.07

Fiquem, vejem e depois voltaremos

Em Sherksten Shores.

Ode a uma semana plena de desportos diferentes, ou ao "espírito"

Dois inspectores do SEF suspeitos de legalizarem imigrantes a troco de favores sexuais

Muito bonito. No Ano Europeu da Igualdade, a conclusão a que se chega é exactamente igual à premissa inicial. Não parece ser uma questão de formação, não parece ser uma questão de direitos humanos, não parece ser uma questão de sensibilidade, não parece ser nada de nada. Resta saber se, a provar a culpabilidade dos dois inspectores em causa, será aplicada uma pena adequada e concordante não só em relação aos crimes em si, mas também ao momento que vivemos e sobre o qual funcionários do Estado têm responsabilidade acrescida.

Estórias do Bairro #2

Parece que foi ontem. Manual de boas e más práticas.

numa partida intensa e bem disputada no bairro, éramos os "pequenos" contra os "grandes", i.e., os putos contra os adultos, ou quase adultos, vá. O resultado? Totalmente desequilibrado, contra nós. Uma equipa construída de remendos, e remendados, ainda que jovens. Mais, a nossa equipa, em si, era desequilibrada. Referir, entre outros pormenores, que o nosso guarda-redes tinha qualquer coisa como 3 dioptrias em cada olho, e uma bola que fosse direita à baliza, e entrasse, só era percepcionada pelo campo de visão deste nosso companheiro quando se ouvisse o ruído da mesma a bater no fundo das redes e ele olhasse para trás. Ainda assim, com um gesto como que para simular a potência do remate que tinha resultado em golo e assim se pudesse desculpar, o moço ainda agitava os braços, numa tentativa ridiculamente utópica de parar uma bola há muito destinada ao seu propósito final. O golo.

Adiante. Como muitos dos "grandes" fumavam, a única coisa que nos podia safar era a rapidez própria da idade e da falta de peso excessivo. Faltavam dois minutos para o jogo acabar, e o resultado cingir-se-ia, digo eu, a uns 19-19.

À rasca, bem à rasquinha, lá nos íamos aguentando. Marcando um golito, sofrendo outro. Num pénalti, fui eu à baliza. Os meus amigos disseram nessa altura "quando o gajo for chutar, foge da baliza, pode ser que ele falhe". Não falhou. A baliza, digo. Já tinha eu dado os primeiros dois passos quando, no meu ouvido direito, ouço um estilhaço que me ia rebentar 23 vasos sanguíneos. E seria golo. Teria sido. Se durante esse percurso de fuga enlouquecida a bola, curiosamente, não me tivesse batido no calcanhar e saído para fora. Piúrsos, foi como eles ficaram.
"Cabrão do puto até a fugir da bola a defendeu!"

Com isto, faltava menos de um minuto para o jogo acabar, e o empate persistia. Até que veio a jogada suja. Numa falta que disso só teve o nome, soou o apito. O árbitro era o pai de um dos nossos. Enquanto os "grandes" se distraíam a discutir se era ou não falta com o senhor do apito, ou o senhor Álvaro, talvez, pegámos na bola e pusemo-la no local da infracção. O Gonçalo, dono e senhor do remate mais potente à altura, meteu-a lá dentro, na gaveta. A celebração veio depois, com uns Sumóis e Capri-Sonne frescos.

No bar do bairro, ainda no calor da partida, o senhor Álvaro lá se descaiu "Eh pá, os putos tinham que ganhar!". É mais ou menos a mesma coisa que o
Maradona diz. Se bem que aquilo não era um Campeonato do Mundo, era o nosso campeonato, ou, recorrendo ao lugar-comum, era o campeonato do nosso mundo. Não sei se isso teve influência no nosso carácter. Se não houve algo ali, foi espírito desportivo. Mas que ainda hoje nos orgulhamos dessa vitória, orgulhamos. Nem mais Maradona, nem mais!

10.9.07

Elixir para segunda-feira à tarde e a pedido de muitas famílias, apresento-vos a Gravesiña. Ver pela ordem recomendada.














Cinemateca

Acabei de adquirir um documentário japonês sobre Sá Morais.

9.9.07

Reforço

São 16:17 e ao intervalo da partida Portugal-Israel no Eurobasket, os lusos levam 12 pontos de vantagem. É a segunda participação da equipa nacional neste evento e conseguiram a proeza de sim, com a sorte e o acaso à mistura mas que sem os quais nada se atinge, atingir a segunda fase, estando neste momento a 25 minutos da segunda vitória. Força rapazes!

Daqui a 41 minutos entram em campo os "lobos" no primeiro mundial de Rugby de sempre em que conseguem participar. Não se pode pedir muito, apenas empenho e entrega.

No atletismo assistimos a uma nova vaga de talentos que ainda jovens já tantas alegrias nos deram.

Porque as pessoas também se educam para os desportos, é este o momento adequado para sentirmos que podemos ir para além do futebol. Tanto mais que no squash começamos a ter também figuras emergentes.


Foto: www.fifa.com

Sê benvindo na condição de campeão do Mundo de Sub-17

While it is every young footballer's dream to be blessed with talent and assured of a glittering future, it is even more flattering to be compared with one of your heroes. Nevertheless, there is a flip side to fame and recognition, as proven by the many young footballers who have been prematurely saddled with such complementary titles as 'the new Zidane', 'Pele' or 'Maradona'. At best, labels like these are a heavy burden to bear. At worst, they can have a damaging effect on a young footballer's career.

Nevertheless, a combination of immense ability and a strong character can help to keep a young player focused. One bright prospect lucky enough to have both these qualities is Nigeria's Rabiu Ibrahim. Aged just 16-and-a-half, the livewire midfielder's performances during Africa's showpiece youth tournament have earned him a reputation which extends far beyond the borders of Nigeria. Long known as 'Maradona' to his youth team pals, Rabiu is today considered by all of Nigeria as a worthy successor to none other than Augustine Jay-Jay Okocha. Admittedly the youngster has a few mountains to climb before he reaches the heights achieved by his celebrated predecessor, but his performances in the national shirt would suggest he has a glowing future ahead of him.

Aware of the expectations placed upon his shoulders, Rabiu is nonetheless ready to take up the challenge and fulfil the potential that so many people see in him. "My first goal is to help Nigeria win the FIFA U-17 World Cup in Korea," he states confidently, convinced of his team's pedigree. "Then, I'm going to work hard to try to become one of the best players in the world."

The midfield maestro, who was in sparkling form during the CAF U-17 Championship 2007 in Togo, has continued to impress his admirers back home right from day one of the FIFA U-17 World Cup Korea 2007. Spearheading the Nigerian charge in the game against France, the youngster led the opposition defenders a merry dance with his mazy runs and unexpected passes, even scoring the winning goal in a 2-1 win over Les Bleuets.

Rabiu was at his impudent best against Japan in the second Group D match. Despite not finding the net, he was involved in all of Nigeria's best moves. Spreading panic in the opposition rearguard with his incisive dribbles, blind passes and slide-rule passes, Rabiu was instrumental in helping Nigeria to a convincing 3-0 victory which ensured their qualification. Anxious to protect his prize asset ready for the knockout phase, Yemi Tella lined up a second-string team for the final group match against Haitil, resting a number of big names including the inspirational playmaker.

The Nigeria coach nevertheless delighted the spectators at Jeju stadium by giving his star midfielder a run-out for the final 25 minutes.

Getting the better of Jay-Jay
At 1.67m tall, Rabiu is one of the smaller members in the Nigeria U-17 squad. The Kano-born midfielder currently plays for FC Gateway in the Nigerian national championship, although his performances for the Golden Eaglets have already attracted the attention of European scouts. In fact, by the start of the FIFA U-17 World Cup, his club had received no less than 14 offers from other teams around the world. Despite interest from the likes of Real Madrid, Arsenal and Chelsea, he was eventually snapped up by Sporting Lisbon, who are waiting to whisk their new recruit off to their training academy once the curtain falls on Korea 2007.

Bertram Ekenwa, Rabiu's agent and guardian angel, justifies the decision to join Sporting by pointing out the club's reputation for developing young players. "He's a young lad who still needs to develop his talents and who will definitely become one of the best midfielders in the world," he explained on the day his protégé put pen to paper. "Sporting has one of the best youth development programmes in Europe and it will be easier for Rabiu to break into the first team, perhaps even the starting eleven, quite quickly." Former Lions Luis Figo, Cristiano Ronaldo and Nani would certainly all agree that at Sporting, age is no barrier to success.

The Sporting Lisbon supporters will have plenty of chances to marvel at the qualities which have earnt Rabiu favourable comparisons with Okocha. While he excels at one-touch football, his long-range passing is even better. A playmaker in the traditional mould, Rabiu has all the qualities of the great man: vision, precise passing, long-distance shooting and perfect technique. The Eaglets' young number ten even shows the same nonchalant style so typical of the former Bolton and Paris St Germain midfielder. During matches, Rabiu frequently treats spectators to an array of tricks including backheels, ball juggling and outrageous dummies, with varying degrees of success...



Comparto-te a dor

É mar que vem e não volta, revolta. É a gaivota que não mais é avistada. É um vento que sopra na cara com a humidade do mar vizinho, pequenas gotículas salgadas e pouco mais que isso. É ir subindo a rocha que cai pela falésia abaixo, é estar na escuridão e romper pelo calcário cansado, doente e dilacerado pela cimenteira enquanto os pinheiros o avistam cada vez mais próximo da submersão irremediável, irreversível. Pode ser, também, um vislumbre do que já foste e não mais poderás ser. Do que quiseste ser e não conseguiste, porque não és só tu, não foste só tu. É um saber-te vivo, saberes-te vivo, sabe-te bem o sal, o bulício, as vibrações estrondosas, o tumulto da incerteza. Vertem-se-te as lágrimas, verte-se-te o amor, verte-se-te o desejo e o enleio das paixões idas. Verteu-se-te a vida, por aí. Porque a beleza também definha.

8.9.07

Escutismo


Esta tarde fiz uma doação de 1 euro, um, para a realização do próximo acampamento do Corpo Nacional de Escutas Telefónicas.

Despertai

minha gente, despertai. Despertai com um corcel que troteia numa rua inundada de gente. Com um veículo policial que invariavelmente embate nas paredes de um tabuleiro e que imediatamente encontra um novo rumo. O choque redentor, o trilho salvador. Senti-vos desorientados com esse vigoroso ruído, com a simultaneidade paradoxal de uma manhã irreal, onde coexistem carros de polícia, flores, doçaria típica de Marco de Canavezes e chouriços e salpicões de Trás-os-Montes. Mas sobretudo, não o fazei depois uma agitada e bem regada noite, pois podeis confundir a feira com o pesadelo, o estímulo com a provocação, a incredulidade com a loucura.

3.9.07

Ainda agora começou

E já deu para ter um cheirinho do que aí vem.

Começa por termos três jornais que vergonhosamente se auto-intitulam desportivos e não passem de jornais futebolísticos (que ainda que adore o futebol e seja efectivamente o desporto-rei, ponto), tendenciosos e desprovidos de qualquer carácter justo e louvável que não fazem jus a pessoas (Nélson Évora e Vanessa Fernandes) que se e nos elevam a patamares inauditos. A injustiça gritante das primeiras páginas desses órgãos noticiosos não pode, não deve passar em claro. Quer-se dizer, pensar que não há ninguém no mundo inteiro melhor que uma determinada pessoa a praticar e competir numa determinada modalidade (no mundo inteiro) deveria querer dizer algo. Parabéns Vanessa, parabéns Nelson, são tremendos.

Depois, a bola propriamente dita. Pois é, ainda agora a época começou e já deu para ver umas quantas coisas. A título exemplificativo, que nada se alterou relativamente aos anos anteriores. Entre outros, a Académica continua perplexamente terrível, a União de Leiria treme que nem varas verdes cada vez que o FCP passa lá por casa (já não me lembro de terem jogado a sério contra os azuis) e que, já que falamos do FCP, o Quaresma devia ter sido expulso nos últimos 2 de 3 jogos que se realizaram no campeonato nacional com agressões nítidas. Portanto, até agora nada de novo. Ah, e já me ia esquecendo, um dos golos do Porto resulta de uma bola centrada de fora do campo, não sei se isso importa alguma coisa. Por isso, e considerações à parte, apesar de tudo não estou preocupado, vou apenas ter que pensar que de facto existe justiça divina.

O Leste da Europa. Fui lá uma vez. Trouxe 3 garrafas de vinho, 2 saquinhos de paprika, 800 fotos, 2 t-shirts e dois lápis com cabeças talhadas em madeira (muito giros, por acaso). Já o Sporting, que no passado nos presenteou com Balakov e Cherbakov (só assim de repente e se a memória não me falha que talento meu Deus, que talento…) este ano trouxe o Izmailov e o Vukcevic. Falemos:

O Izmailov já ganhou um lugar no meu coração. Um golo daqueles na Supertaça, ainda por cima contra o Porto, vale ouro. É lutador e quer mesmo singrar nos leões. Sê bem-vindo meu querido, abraço-te.

Agora outra dimensão, estou em crer, que o futebol do Sporting adquiriu com a contratação Vukcevic. É caso para dizer, minha nossa! Já tinha ficado iluminado com a simulação para o Derlei marcar contra a Académica, adicionado especiarias várias com que nos foi perfumando ao longo dessa partida. Floresceu com o Porto (a sua entrada trouxe novidade) e hoje consolidou com um brilhante cruzamento para o Levezinho a meter lá outra vez. Mas não é só o cruzamento, não é só a simulação, não é só um querer, não é só uma garra, é todo um jogo que se sente a vibrar naquelas pernas, uma vontade de vencer que não era comum no Sporting (pelo menos até à chegada do Paulo Bento). O pormenor? Quando, depois de uma falta descarada que envolveu agarrões, caneladas, pataços e afins por parte do jogador do Belenenses, Vukcevic ainda consegue ganhar a bola, sair com ela jogável (como gostam de dizer os comentadores) e o árbitro marca falta, esquecendo-se (convenientemente. Ou não) de uma coisa que se chama lei da vantagem. No seguimento, Vukcevic mostra o seu natural descontentamento (daí a vontade de vencer) e ainda consegue levar um amarelo. Começou a época.

Mais dois apontamentos. Um chama-se João Querido Manha e é comentador de futebol na TVI. Que é que aquilo ainda faz num canal público? Ah sim, esquecia-me, TVI. É sempre necessário o referencial.

Dois. Bem mais importante que o anterior. Ainda soltei uma lágrima com esta história do Antonio Puerta, jogador do Sevilla. Mas sincera mesmo, sem ponta de ironia. O costume, é por ser jogador de futebol que se desenvolve todo o mediatismo associado, tal como foi com o Marc Vivien-Foé, o Fehér, o Bruno Baião, todos os que tiveram esse azar (que descansem em paz) ao contrário de tantos e tantas que não têm uma palavra dita, ou escrita, sobre si. Sim, é verdade. Mas a história, não apenas a nossa, mas também as outras histórias, que inexoravelmente se coadunam por vezes com a nossa, são feitas e escritas por homens e mulheres extraordinários que surgem em momentos também eles irrepetíveis. O de Puerta, sei-o, foi contra o Schalke 04 (ao minuto 100, no ano centenário do Sevilla) na meia-final da Taça Uefa de há dois anos com um soberbo golo de pé esquerdo. Como essas coisas me marcam, achei que a melhor maneira de render homenagem a Puerta era, antes de me deitar no dia da sua morte, ver, e ouvir esse golo. Feito. Foi lindo, também, o abraço entre os presidentes do Sevilla e do Betis, bem como toda a homenagem que se lhe prestou na comunicação social espanhola (neste caso, diário Marca) e que está disponível aqui. Lindo, mesmo lindo.

Ao largo #3

"Está a ver? Você dobra aqui para pôr no envelope e depois descarta pelo picotado"