21.2.08

Teatro de intervenção

Apresentou-se-me de câmara na mão, roupão e naperon na cabeça. Abraço afagante, a peça, que parecia ter sido suspendida enquanto tocou a sineta para abrir a porta, continuou. Com outra no meio. É sempre assim. Tantas peças, os mesmos actores. Parece que é a mesma companhia que as produz. O palco, sempre improvisado. Lembro-me: é sempre mais difícil representar para quem conhecemos e nos conhece bem que para desconhecidos, e desconhecidas. Não é o caso. O cravo, saído de umas Creative SoundBlaster, estava entregue a mãos divinas, e a um leitor de MP3, dos bons. Que por acaso está na minha posse. Não havia ninguém a dar palmadas e a corrigir a postura, apenas a descorrigi-la. À grande. Mas isso também não interessa nada. Importantes fomos nós, e o William, e o Jacques. O resto são favas contadas, ou melhor, narradas.

1 comentário:

Girolamo Savonarola disse...

O cravo bem temperado do Purcell, o violino melancólico do Rohan K., o papel Bíblia do William (nome de canas de pesca). tudo muito bom.