9.10.07

Pulseira? Anel? Mala? Aquele top giríssimo?

Nada de novo, mas tudo novamente mal, difícil, inominável. Na hora da decisão, da escolha, da alternativa outra, aquele suspiro que indicia um pensamento, "que raio faço eu aqui?". É uma noção assustadora de querer, a todo o custo, corresponder às expectativas sabendo que estas estão, à partida, viciadas pelo circunstancialismo do que se afigura como uma tarefa impossível. "Mais valia ter ido para casa. Isto é uma vergonha. Como é que ela é?. Oh minha senhora, é a mulher que me preenche, é a mulher que eu quero. É tudo o que quero saber acerca dela. Na verdade, tudo o que sei acerca dela está nesta frase." Mas não basta. Certo e sabido.

Começa-se, então, a pensar num rol de actividades que poderia estar a praticar, a experimentar, a reviver. Não queria estar aqui. Poderia estar perfeitamente a fazer bolhinhas de sabão, com aqueles tubinhos que se vendem nas feiras. Tentar fazer aquela bolha gigante, e depois uma outra, tendo como objectivo último a união entre essa a outra entretanto insuflada. Ou meter a bolinha naqueles buraquinhos na tampa desses frasquinhos. Meter as duas bolinhas é que era mesmo difícil. E o cubo? Não hei-de morrer sem fazer aquilo. As corzinhas todas, chiça. Que trabalheira, aquilo sim, dá-me a volta ao miolo. A história dos castelos na areia não. Não, isso não que nunca tive jeito nenhum. Nem para isso nem para jogar às cartas. Nem jogos de estratégia e já agora, nem para negociar as coisas nas feiras. Levam-me sempre à certa, os sacanas. Jogar futebol, sim, futebol. Ou squash. Comecei a adorar squash. Porra, tenho também que arranjar o comutador para as colunas novas do portátil. Como é que aquela porcaria não funciona? Dá um gajo uma pipa de massa para chegar a casa e funcionarem 3 de 6 colunas. Ele há coisas...

A figura ridícula, continuo a fazê-la. Aquele sorriso forçado, semi-envergonhado, ao mesmo tempo que a senhora pensa "mais um que não percebe nada do que é que uma mulher quer". O sorrisinho sarcástico, o olhar de soslaio, aquela troca de palavras em surdina com a colega de trabalho seguida de uma risadinha enquanto olham as duas para mim. Tento refugiar-me, social e psicologicamente, dando aquele ar semi-distraído e/ou interessado enquanto ponho as mãos atrás das costas para observar o colar da última colecção na MD. Como vê, castanho, com um ornamento em metal lindíssimo e altamente invulgar, uma peça única. Única.

Única, a única escolha impossível, diria.

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