5.7.07

Top of the Pops

A constante tendência em querer fazer dos habitantes do nosso país melhor do que eles realmente são não é característica exclusiva nacional. Ou por outra, é característica exclusiva nacional nossa, e dos outros países todos também. E só o Mourinho é que consegue fazer isso de forma efectiva e melhor que ninguém. Mais do que achar, ele torna-os mesmo melhores. Isto a propósito do Gustavo Lima ser um velejador (acho que se diz assim) na classe star e tal, que eu não percebo mesmo nada de desportos náuticos. Não importa, gosto mesmo é de bola. Mas dizia, esta manhã, ligando a Sic Notícias, Gustavo Lima e mais um outro tipo qualquer ocupam dois lugares no top 15 da classificação. Top 15?! Como Top 15?! Ou há Top 3, ou Top 10! Isso é que é um Top a sério! Agora, Top 15?! Se amanhã os dois rapazes ficarem em 17º e 21º lá estão eles: dois portugueses ocupam o Top 23 (porque parece mal o último português ser simultaneamente o último do "Top"), ou o Top 32 ou qualquer coisa do género.

É bem exaltar o que de bom se faz por cá (sem qualquer laivo de nacionalismo), mas, por favor, as coisas no seu devido lugar. Gosto muito daquelas histórias míticas do mármore de Vila Viçosa ser dos mais conceituados em todo o mundo, dos sabonetes Ach'Brito estarem no top (para aí 3, suponho) das preferências higiénicas de algumas estrelas de Hollywood, do papel Navigator ser a escolha dos profissionais que a ele têm que recorrer. Bolas, até o Figo (de quem fui um admirador e defensor confesso até ao momento em que o cabrão festejou daquela maneira o golo do Inter contra o Sporting) era o maior, apesar de todos os defeitos. Mas estes exercícios forçados de heroísmo àquela hora da manhã é que são escusados. Daqui a pouco estão a dizer que o Tiago Monteiro era melhor que o Hamilton, tadinho, teve foi azar...

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