24.6.07

E quem bate palmas...sou eu.

"Un juez de Gerona prohíbe la salida del país a una niña gambiana para evitar que le amputen el clítoris.
El padre de la menor fue quien presentó la denuncia"


O retrato de um problema que põe em confronto directo concepções (ocidentais) de direitos humanos e o exercício de práticas agressivas e, no meu ponto de vista, intoleráveis, de algumas culturas constitui (uma e outra vez) um chamariz para o rufar de tambores à volta de uma temática que não é nova e que incorpora em larga medida o conceito e interpretação de relativismo cultural. Tendo em conta posts magníficos sobre este assunto(e um em particular) que por aqui circulavam há já muito, muito tempo, não me sinto com autoridade de tecer descrições teóricas sobre o mesmo. Posso, no entanto, afirmar que não posso deixar de me sentir radiante por esta decisão do tribunal de Gerona pelas seguintes razões:

num momento primeiro, o catalisador, inesperado, constituído pelo facto de ter sido o pai da criança a apresentar a queixa. Não estou de modo algum a demonizar a mãe ou atribuir ao pai o epíteto de herói, mas é pisando os mesmo terrenos várias vezes que surgem caminhos, e este senhor merece vénias. Do (creio eu) fortíssimo conflito identitário entre marido, pai, e ser humano, saíram vencedores os últimos dois. E todos/as nós também. Se bem que por um lado está uma tradição cultural profundamente enraizada e muito difícil de combater, a antítese surgiu, talvez, por onde menos se esperava. Fico então muito feliz, sim, como homem e como ser humano.

Depois, em segundo lugar, bem, enquanto que por aqui se tomam decisões desta monta, em Espanha (que me perdoem aqueles nacionalistas à antiga que detestam os do lado de lá), que é um país que admiro, e muito, tomam-se decisões destas, sérias, responsáveis e competentes. Faço minhas as palavras do outro, levámos outra vez um banho.

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