Barómetro popular
Decorreram no passado fim-de-semana as grandiosas festas da aldeia do Castelo, freguesia de Ferreira de Aves, concelho de Sátão. Contando com a participação de variados artistas performativos de renome numa multiplicidade de áreas temáticas, como o campeão distrital da malha, o vice-campeão do pedi-tascas do Sátão e Marcos Frias & Júlia, as festas tiveram ainda a honra de contar com os/as nossos/as queridos/as emigrantes que voltaram à terra para passar, na companhia das suas famílias, as férias de Verão.
Para dar conta dessas festas,
desfolhamos aqui algumas páginas que compuseram as performances dos dois nomes maiores da noite de Sábado e de Domingo, a banda INNem e a dupla Marcos Frias & Júlia.
Com uma exibição segura e eficaz, os
INNem [cujo data estava incluída na (re)Animation Tour, conforme se pode constatar pelo seu site] conseguiram cativar os/as presentes praticamente desde o primeiro instante [actuações disponíveis apenas em Ervedosa do Douro,
aqui e
aqui]. Com um alinhamento seguro, a banda composta por Tita, Sérgio, Joca, Adelaide, Carlos, Eliano e Rafa oscilou entre a música popular portuguesa, o romantismo brasileiro, alguns temas famosos dos eighties, como "The Final Countdown" e apostaram, com um arrojo inaudito, em temas do famoso DJ Bob Sinclair, cujas batidas fortes e contagiantes levantaram poeira do campo de futebol do Castelo. Os seus três vocalistas, dois masculinos e uma feminina, impelidos pela boa disposição, demonstraram óptimas coreografias em palco, equilibradas e plenas de vivacidade e harmonia, demonstrando que o trabalho de casa, no que a este concerto concerne, foi feito. Não é de supreender que voltemos a ouvir falar deles nas festas do Sátão. O futuro a eles pertence.
Marcos Frias & Júlia: a dupla originária de Ferreira de Aves tinha, à partida, tarefa facilitada. Reconhecidos unanimemente como uma fórmula vencedora a nível regional dada a sua forte e positiva imagem, não se pode dizer que quem os visse pela primeira vez tivesse ficado cativado/a. O jovem professor de música, frequentador do conservatório até recentemente, propôs um alinhamento que, se revisto por qualquer crítico de jornal paroquial, teria lugar a condenação imediata. O dinamismo característico das suas actuações parece ter ficado na gaveta, principalmente tomando em conta que Júlia, sua companheira, não parece saber estar em palco conforme o mínimo exigível. Desilusão foi a palavra de ordem. À garagem da vizinha, original de Quim Barreiros, Marcos Frias prosseguiu com Leandro & Leonardo e Bruno & Marrone, sequência que, salvo actuações exímias, estaria condenada ao fracasso. Ainda tentou, também com Bob Sinclair, enganar o destino que lhes estava traçado, mas era tarde. As músicas românticas que empurraram a população para fora do recinto foram o canto do cisne.
Não conseguiu, portanto, enganar o destino, Marcos Frias. Seja pela indiferença com que tratou o público, ao não definir uma estratégia de alto nível para o concerto, seja pela sua companheira, que abandonava o palco ao sabor da maré [algo inadmissível em concertos musicais], apenas muito trabalho poderá conseguir manter este jovem casal nas agendas musicais estivais daquela região.