28.8.08

Mais vale prevenir

Tudo não passou de uma grande injustiça para com os olímpicos portugueses. Vanessa diz que já prepara as olimpíadas de Londres para daqui a quatro anos. Nelson diz que existem novos desafios. O maior problema foi a restante comitiva ter adoptado esta postura desde o início. No fundo, todos os não medalhados se encontravam, já em Pequim, a preparar os JJOO de 2012.

Referenciais

"Eu ardia. Eu ansiava. Eu elanguescia de desejo. Amor emudecia-me. E tudo isto estava a acontecer-me no mais insípido dos locais, sob a luz brutal das lâmpadas fluorescentes de um escritório americano em fins do século XX - o último local na terra onde esperaríamos encontrar a paixão da nossa vida"

[Paul Auster, A Noite do Oráculo]

Se, como diz Paul Auster, o último lugar na terra onde esperaríamos encontrar a paixão da nossa vida é um insípido escritório americano em fins do século XX, que dizer, ou como classificar uma ocorrência idêntica num local ligeiramente diferente como, digamos, o restaurante Cantinho dos Reis, em Coimbra?

27.8.08

A midnight summer's dream

25.8.08

Não saber como estar

Sentimo-nos a mais numa certa e determinada estância balnear, quando, após demasiados sinais acumulados ao longo de várias horas não atribuíveis ao acaso cósmico, chega o momento catalisador: ouve-se atrás de nós uma conversa pautada por "você isto, você aquilo, mas você tinha o número do Tiago, ai não tinha nada, ai tinha tinha, ai desculpe lá, mas isso não é mesmo verdade, chegue a sua bicicleta para lá que está-me a empurrar, ai você hoje está mesmo a irritar-me" nas pessoas de três 3 crianças, de 10, 11 e 11 anos e pico, respectivamente. Foi aí que se pagou a conta do almoço, se foi à pensão com uma desculpa esfarrapada para não ficar outra noite e se puseram as bagages na mala do xiquinho. Ala que se faz tarde.

19.8.08

Dia Mundial da Fotografia

Venezia #1
Venezia #1

13.8.08

A China americanizada ou Chinese Britney coming up ou um pequeno toque eugenista ou ainda da série "Bem me dizia a minha mãe"

que ela não mudou de expressão nem uma vez durante a cantoria, o que era "estranho". Mesmo depois de a ter acabado. Uma boa metáfora era o Sporting ganhar a Champions com o CR7 a segurar o caneco. Bom demais para ser verdade.

12.8.08

Barómetro popular

Decorreram no passado fim-de-semana as grandiosas festas da aldeia do Castelo, freguesia de Ferreira de Aves, concelho de Sátão. Contando com a participação de variados artistas performativos de renome numa multiplicidade de áreas temáticas, como o campeão distrital da malha, o vice-campeão do pedi-tascas do Sátão e Marcos Frias & Júlia, as festas tiveram ainda a honra de contar com os/as nossos/as queridos/as emigrantes que voltaram à terra para passar, na companhia das suas famílias, as férias de Verão.
Para dar conta dessas festas, desfolhamos aqui algumas páginas que compuseram as performances dos dois nomes maiores da noite de Sábado e de Domingo, a banda INNem e a dupla Marcos Frias & Júlia.
Com uma exibição segura e eficaz, os INNem [cujo data estava incluída na (re)Animation Tour, conforme se pode constatar pelo seu site] conseguiram cativar os/as presentes praticamente desde o primeiro instante [actuações disponíveis apenas em Ervedosa do Douro, aqui e aqui]. Com um alinhamento seguro, a banda composta por Tita, Sérgio, Joca, Adelaide, Carlos, Eliano e Rafa oscilou entre a música popular portuguesa, o romantismo brasileiro, alguns temas famosos dos eighties, como "The Final Countdown" e apostaram, com um arrojo inaudito, em temas do famoso DJ Bob Sinclair, cujas batidas fortes e contagiantes levantaram poeira do campo de futebol do Castelo. Os seus três vocalistas, dois masculinos e uma feminina, impelidos pela boa disposição, demonstraram óptimas coreografias em palco, equilibradas e plenas de vivacidade e harmonia, demonstrando que o trabalho de casa, no que a este concerto concerne, foi feito. Não é de supreender que voltemos a ouvir falar deles nas festas do Sátão. O futuro a eles pertence.
Marcos Frias & Júlia: a dupla originária de Ferreira de Aves tinha, à partida, tarefa facilitada. Reconhecidos unanimemente como uma fórmula vencedora a nível regional dada a sua forte e positiva imagem, não se pode dizer que quem os visse pela primeira vez tivesse ficado cativado/a. O jovem professor de música, frequentador do conservatório até recentemente, propôs um alinhamento que, se revisto por qualquer crítico de jornal paroquial, teria lugar a condenação imediata. O dinamismo característico das suas actuações parece ter ficado na gaveta, principalmente tomando em conta que Júlia, sua companheira, não parece saber estar em palco conforme o mínimo exigível. Desilusão foi a palavra de ordem. À garagem da vizinha, original de Quim Barreiros, Marcos Frias prosseguiu com Leandro & Leonardo e Bruno & Marrone, sequência que, salvo actuações exímias, estaria condenada ao fracasso. Ainda tentou, também com Bob Sinclair, enganar o destino que lhes estava traçado, mas era tarde. As músicas românticas que empurraram a população para fora do recinto foram o canto do cisne.
Não conseguiu, portanto, enganar o destino, Marcos Frias. Seja pela indiferença com que tratou o público, ao não definir uma estratégia de alto nível para o concerto, seja pela sua companheira, que abandonava o palco ao sabor da maré [algo inadmissível em concertos musicais], apenas muito trabalho poderá conseguir manter este jovem casal nas agendas musicais estivais daquela região.

Incompatibilidades

Surge algum desconforto em conjugar a morte com uma nova vida assim de enfiada, no mesmo dia. Ou, se não nova, jovem. Por isso é que esperei por hoje, e não foi ontem. E cinco anos é juventude ainda fresca, preparada para (quase tudo) o que há-de vir. Neste caso, específico, diga-se, esses cinco anos já contemplaram muita morte, estetizada, muita vida, nova, e muito de tudo o resto que medeia entre a vida, e a morte, lá está. São cinco anos de daedalus. Mais se espera.

11.8.08

Epitáfio

Isaac Hayes decidiu deixar-nos no dia de ontem. Nome maior do movimento Blaxploitation, atingiu a consagração com o tema da banda sonora de Shaft tendo vencido um Óscar, o primeiro alguma vez conquistado por um afro-americano não-actor. Existem três sequelas , uma delas mais recente com o Samuel L. Jackson, que não chega nem aos calcanhares do original. Era também, para a esmagadora maioria dos telespectadores da Sic Radical, a voz do Chef, de South Park.
Esta música que aqui vos deixo, é "a tal" que de há oito anos para cá que se tornou lá em casa a referência dos momentos cool. Não a querendo dissecar e, consequentemente, estragar toda a envolvência do tema, é apenas e só disfrutar. Long live Shaft. R.I.P. Isaac Lee Hayes, Jr.